sexta-feira, 15 de outubro de 2021

XXXVI

 

12/10/2021

Estamos na Era dos Epílogos, a Era das consequências. Está tudo acabando:

  • O Brasil (destruição dos potenciais que o país teve para ser uma potência global; num prazo mais longo, possível desmembramento da nação em territórios menores);

  • O império estadunidense (do qual o Brasil é periferia);

  • O capitalismo;

  • A civilização;

  • A espécie humana;

  • A vida na Terra.


O papo de dizer que “é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo” é fruto do wishful thinking marxista, que quer acreditar (desde a metade do século XIX) num futuro pós-capitalista para a civilização. Não vai acontecer. Não porque o capitalismo seja indestrutível, mas sim porque ele é tão destrutivo que, antes de acabar, consome e esgota a possibilidade de qualquer futuro para a humanidade. Não que "a culpa" seja exclusiva do capitalismo (outro viés típico do wishful thinking marxista); ele é um poderosíssimo catalisador, mas não o criador da destruição criativa suicida humana.

Como o próprio conceito de "desenvolvimento sustentável" deixa implícito, a sociedade atual (a que tem um "desenvolvimento insustentável", como todas as anteriores que colapsaram antes do capitalismo, aliás) vive (e lucra) de dilapidar seu próprio futuro. A máquina capitalista está vampirizando o futuro da espécie humana há muito tempo e com uma eficiência assustadora. Quando o capitalismo cair, já terá esgotado o futuro também. Os marxistas são utopistas ingênuos.


13/10/2021

Por que o campo fringe ainda é tolerado na internet?


* Não há um controle total, mas também não há um descontrole completo. Tenta-se controlar as variáveis-chave e os eventos-chave.

* Não dá para controlar tudo - não há condições técnicas para isso (ainda). E mesmo que houvesse, não é nem necessário nem econômico: gasta-se o que é necessário para se manter o sistema. O que ocorre no fim do livro "1984" é um exemplo de esforço de controle totalmente desnecessário e anti-econônico: um desperdício de recursos escassos.

* Tentar controlar tudo geraria uma ditadura explicita e isso seria contraproducente.

* Por questão de manter um nível mínimo e operacional de saúde, é preciso deixar espaços de respiro (como acontece numa panela de pressão) na sociedade e nas mentes das pessoas.

* O campo fringe é um campo de experimentos do qual podem sair conteúdos que serão depois repassados ao mainstream - é útil, dentro de certos limites, para o sistema.

* O campo fringe produz trabalho de inteligência gratuita para as agências de inteligência - é útil, dentro de certos limites, para o sistema.

* As narrativas fringe são toleradas e até estimuladas, desde que mantenham-se no campo fringe ou a transição para o mainstream seja devidamente controlada pelos administradores do sistema.


14/10/2021


Dúvidas epistemológicas:

* Como é o processo de construção da convicção?

* Como é o processo de construção da confiança epistemológica?

* Como é o processo de reprodução de uma convicção entre indivíduos, mediada pela confiança?

* Como são os processos, subjetivo e intersubjetivo, de criação de novas convicções a partir de convicções prévias e de novas convicções obtidas mediante as fontes nas quais os indivíduos confiam?

* Qual o método epistemológico para garantir o máximo de acurácia epistemológica a uma convicção?

* Quais os métodos para garantir o máximo de acurácia epistemológica a deduções e induções realizadas a partir de convicções de ótima acurácia epistemológica?

* Quais são e como funcionam os vieses que levam as pessoas a criarem e reproduzirem convicções de baixa acurácia epistemológica?

* Como fugir desses vieses?

* Como funciona o processo das pessoas acreditarem no que querem acreditar?

* Como escapar dessa armadilha ou ao menos monitorar quando se está caindo nela?



15/10/2021


Primeira regra geral: a qualidade epistemológica das convicções de uma pessoa tende a ser inversamente proporcional:


ao tempo que ela se dedicou a estudar o assunto;

à amplitude do assunto;

à profundidade do assunto;

à amplitude dos assuntos em relação aos quais a pessoa tem convicções;

à profundidade dos assuntos em relação aos quais a pessoa tem convicções.


Exemplo prático de aplicação:

Se uma pessoa de 25 anos que já escreveu 3 livros em língua não materna e que já fez mestrado e está fazendo doutorado (ambos fora do país onde ela nasceu) tem um modelo alternativo de universo (alternativo em relação ao que é ensinado pelo sistema educacional), e se os assuntos dos livros e das graduações acadêmicas da pessoa não estão ligados à fundamentação desse modelo alternativo de universo, a robustez epistemológica das convicções dessa pessoa a respeito desse modelo alternativo de universo é baixa. Para a pessoa, em tão pouco tempo, ter simplesmente descontraído tudo que ela aprendeu no ensino médio, ela só pode ter feito isso de maneira leviana, portanto com baixa robustez epistemológica.


Segundo exemplo prático de aplicação: Um produtor de conteúdo interpretativo, que trabalha diuturnamente produzindo conteúdo interpretativo para um público, uma bolha. Esse produtor terá muito pouco tempo, ou mesmo nenhum, para explorar conteúdos fora da bolha, o que gera vieses cognitivos nele mais fortes do que no próprio público, o qual, por só consumir o conteúdo, acaba tendo mais liberdade para transitar entre bolhas.


Segunda regra geral: Quanto mais especializada a pessoa em determinados assuntos, menos robustez epistemológica tendem a ter as conclusões dela sobre outros assuntos fora da especialidade.


Exemplo prático de aplicação:


No mesmo caso anterior, da pessoa de 25 anos, a graduação, o mestrado e o doutorado da pessoa não são nas áreas ligadas ao modelo de universo alternativo da pessoa, o que novamente aponta para a leviandade das convicções dela. Ela focou a sua inteligência metódica em outras áreas, e foi aprovada pelos pares da academia nessas outras áreas. Mas o modelo alternativo de universo dela não passou por um crivo rigoroso, nem dela (por falta de tempo), nem pela academia, nem pelos pares dela na subcultura desse modelo alternativo de universo.


O que vemos acontecer o tempo todo é, por efeito halo, a autoridade epistemológica que uma pessoa tem em sua área de especialização ser deslocada (por ela própria e pelo público dela) para áreas fora da especialidade dela. Em outras palavras: a pessoa é especialista em algo e por isso têm convicções com robustez epistemológica sobre esse algo; isso a torna uma autoridade para outras pessoas. Mas essa pessoa, embriagada pela vaidade da autoridade, passa a transferir esse poder de autoridade para áreas fora da especialidade dela, e o público dela tende a aceitar (ou mesmo a estimular) isso, sendo que nessas áreas fora da especialidade ela é tão leiga quanto o próprio público.


Terceira regra geral: A robustez epistemológica das convicções de uma pessoa sobre certo assunto tende a ser diretamente proporcional à robustez epistemológica das próprias fontes que a pessoa utilizou para formar essas convicções.


No exemplo da pessoa de 25 anos, enquanto os trabalhos acadêmicos dela têm uma robustez epistemológica validada pela academia, as convicções ligadas ao modelo alternativo de universo têm como fonte subculturas de internet e livros de “conhecimentos alternativos” (nas palavras da própria pessoa).


***


Os cientificistas/racionalistas/razoabilistas focam sua atenção em assuntos mais facilmente exploráveis por uma maior robustez epistemológica e descartam como objetos do foco da sua atenção tudo que não se encaixa facilmente na condição de objeto de estudo dos métodos de maior robustez epistemológica. Enquanto os espiritualistas/irracionalistas/irrazoabilistas/paranoicos se aprofundam no estudo desses objetos de estudo, mas o fazem sem robustez epistemológica, e aí é fácil se perderem em fantasias. O que seria necessário é tentar estudar esses assuntos com a máxima robustez epistemológica, o que não é feito por nenhum dos lados.


16/10/2021

Existe um caminho com relativa robustez epistemológica para transitar do ceticismo clássico para o cientificismo, passando pelo empirismo. Mas esse caminho parece ignorar o quanto a ciência real, enquanto prática social concreta, está instrumentalizada pelo capital e pelo poder político e institucional. Parece que o típico cientificista deixa-se confundir muito facilmente por isso. Por exemplo, a NASA não é uma mera produtora de ciência e de tecnologia, é um órgão do complexo industrial militar do império transnacional estadunidense. Claro que ela produz conteúdo científico de qualidade, mas não se pode “engolir” toda produção de informação dela como sendo sinônimo de ciência, o que seria cair numa falácia de falsa equivalência.


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

XXXV

 

27/09/2021

A vida é, simultaneamente, simples, complicada, complexa, caótica e absurda.


28/09/2021

Estudar as relações entre: dissonância cognitiva, espanto filosófico, fascínio e sublime.


Principais funções da ideologia:

1. Racionalizar a existência do Mal e assim legitimar a vida. A ideologia oferece uma solução (falsa) para o Mal, e, para isso, parte de uma falsa ontologia. Ela dá ao adepto o conforto de ter a convicção de saber a causa e a solução para os males da vida. E, assim, ele pode aceitar reproduzir a vida (tanto por meio da autopoiese do seu próprio corpo no cotidiano, quanto pela autopoiese da sociedade, e, portanto, dos corpos alheios, quanto, por fim, pela procriação, pela criação de novos corpos; apenas a parte do ser social entendida como a fonte do Mal é que deve ser exterminada, que não tem direito à autopoiese). A solução nunca será colocada em prática, pois há centenas de outras ideologias concorrendo e nenhuma delas chegará a ser consensual o suficiente para conseguir impor seus projetos sem objeções significativas. Mesmo quando hegemônica, a ideologia não chega a ser poderosa o suficiente, e mesmo que o fosse, não conseguiria entregar o que promete (acabar com o Mal), pois a promessa está baseada em uma falsa ontologia e, por isso, não pode ser realizada.

2. Canalizar o ódio. Ao estabelecer os vilões, a ideologia dá carta branca para que seu adepto possa odiar à vontade as pessoas (ou seres, ou instituições, ou práticas humanas, ou o que for, quer sejam reais ou imaginários) que são lidas como vilões, como a fonte do Mal. Assim o adepto pode exercer livremente seus instintos agressivos, racionalizados/justificados como justiça e como luta por um mundo melhor. O adepto da ideologia pode se sentir superior às demais pessoas, pois ele sabe a verdade sobe o Mal e já o venceu em sua vida, ou ao menos iniciou o processo de transformação (reprodução do meme em sua mente e em seu seu cotidiano). Os outros são-lhe inferiores, ou porque são ignorantes da ideologia, ou porque são opositores a essa ideologia. Há o Bem - as pessoas ligadas à ideologia - e há o Mal - os inimigos conscientes da ideologia e os ignorantes acerca da ideologia, entendidos em geral como estando sendo manipulados pelos inimigos conscientes da ideologia. E o Bem, obviamente, é superior ao Mal, e vai vencê-lo um dia (utopia).

3. Canalizar o excedente econômico para certos grupos. No caso, os grupos tidos como vítimas dos vilões, ou tidos como heróis que lutam contra os vilões. As regras que uma sociedade tem para operacionalizar a divisão do excedente econômico são regras fictícias, e o papel da ideologia é moldar essas ficções em prol de certos grupos em detrimento de outros.

4. Viabilizar a formação de grupos para a socialização atávica. Somos animais sociais, cujos instintos gregários foram formados ao longo de milhões de anos de evolução enquanto mamíferos que viviam em pequenos grupos (com algumas dezenas de indivíduos, no máximo algumas centenas). A causa/utopia da ideologia permite ao adepto conviver com outras pessoas que pensam parecido e, assim, recriar esses pequenos e confortáveis grupos nos quais nossos antepassados viviam. Claro que, hoje em dia, não é necessária a ideologia para criar esse grupo. Ele pode ser criado em torno de um hobby qualquer, como um jogo de videogame ou o consumo de um anime. Pode, também, ser criado em torno do trabalho ou da família. Mas a ideologia também tem esse papel gregário, com a vantagem de alimentar os vieses cognitivos de todos no grupo, que reforçam suas convicções mutuamente, conferindo aos insiders ao grupo aquele conforto de acreditar que se sabe qual é a fonte e qual é a solução para os males da vida. Nesses grupos, temos as figuras dos líderes. Há toda uma dinâmica psicológica que anima certas pessoas a ocuparem os lugares de líderes (machos e fêmeas alfa, que ganham poder (excedente econômico e status) ao assumirem a posição de tomarem decisões sobre as vidas dos outros) e de liderados (os quais estão comodamente terceirizando a tomada de decisões sobre questões relativas as suas próprias vidas, estão assim fugindo do esforço cognitivo e de ter que assumir a responsabilidade pelas decisões, pois apenas estão seguindo os líderes).

5 Passatempo. O adepto da ideologia consegue gastar bastante tempo, energia e demais recursos trabalhando pela autopoiese do meme (a ideologia). Assim consegue preencher o vazio da existência, fugindo do tédio. O próprio espírito belicoso é um tonificante, é animador, é revigorante.


09/10/2021

Síntese dos meus argumentos antinatalistas privados/pessoais (por que eu não quero ter filhos):


1 Do ponto de vista individual, egoísta e racional, os custos são mais altos que os benefícios. Eu entendo os prazeres de procriar. Mas os custos, para mim, são muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuiittttooooo maiores. Custos de todos recursos que um indivíduo possui: dinheiro, tempo, saúde, paciência, disposição, atenção, etc. A imensa maioria das pessoas que têm filhos simplesmente não faz um cálculo racional e egoísta de custo e benefícios, e decide por mero instinto procriativo lapidado pela cultura. Há, também, os que, ainda enganados pelos instintos, conseguem acreditar que fizeram esse cálculo e que decidiram racionalmente procriar. Mas isso só é possível porque atribuem um valor não razoável aos prazeres da procriação, ou porque são simplesmente ricos em termos econômicos (o que é raro, dado o tamanho dos custos envolvidos, não apenas econômicos). Se essas pessoas que acreditam tanto nos prazeres de colocar alguém no mundo parassem para analisar esse desejo, e parassem para comparar os custos (incluindo riscos e incertezas) e benefícios (incluindo as oportunidades) desses prazeres em comparação com tantos outros que o dinheiro pode comprar e as escolhas podem oportunizar, a maioria desistira de procriar, ou ao menos teria sérias dúvidas. Mas essas pessoas não realizam esse exercício cognitivo, simplesmente agem por inércia instintual e cultural.

2 As dores do mundo e o desejo de não querer contribuir para perpetuá-la mais do que eu já preciso se quero viver com conforto. Lutar pelo meu lugar ao sol é me vender para reproduzir o mundo humano e, em troca, ganhar uma parte da produção. Mas procriar é um passo além no comprometimento/cumplicidade com esse processo autopoiético. E, ironicamente, em vez desse passo adicional ser remunerado, ele cobra altos custos do indivíduo, ao menos desde que, com o capitalismo, a família deixou de ser uma unidade de produção de valores de uso. De um ponto de vista de tomada de decisão racional (em termos de maximização dos benefícios e redução dos custos individuais), não faz sentido para o indivíduo. Faz para o coletivo, que deveria remunerar o indivíduo por esse trabalho em prol da continuidade da sociedade e da espécie. Há também a questão de não querer colocar outro sofredor, outro coitado (coito-ado), outra máquina desejante, no mundo, seja por compaixão com o outro, seja por ojeriza ao mundo. Esse argumento aí de querer “evitar o sofrimento” é o que os antinatalistas mais usam. Para mim, eles usam para racionalizarem a decisão e dar a ela um verniz de alta moralidade e de abnegação. Não acredito que a maioria dos antinatalistas realmente prioriza essa questão do sofrimento dos outros. Acredito que priorizam o sofrimento deles próprios. Se eles acreditassem que ter filhos dá muito mais prazer para eles do que não ter, a maioria teria. Mas acreditam, corretamente, no oposto. Porém, para legitimarem para si próprios sua escolha egoísta, se agarram a esse ponto que é o principal ponto generoso da decisão de não procriar.

3 Os colapsos da civilização e da espécie. Estamos no fim dos tempos. Colocar alguém no mundo agora seria tanto um catalizador para o processo (no que eu não teria problema em ajudar se não implicasse em altos custos para mim), quanto traz a questão moral de saber que a vida dessa pessoa será pobre e curta. E parece que isso até está afetando a decisão procriativa de certas pessoas.

4 Meu padrão de ser humano é muito alto. Eu até poderia ter filhos (por causa dos prazeres que eu reconheço existirem associados ao processo) se eu fosse multimilionário, se meu patrimônio estivesse nas centenas de milhões de dólares. E, mesmo com esse patrimônio, provavelmente eu preferiria gastar meus recursos privilegiando outros prazeres e outras questões. E mesmo todo dinheiro do mundo não seria garantia do atendimento do meu alto padrão de humano, dado que o transhumanismo ainda não está disponível (então há muitos padrões indesejado que estão nos genes e que nem todo dinheiro do mundo poderia resolver), e dado que sempre haverá riscos e incertezas. Melhor focar em outros projetos, risos.

Claro que a maioria das pessoas não tem um padrão tão alto, e, também por isso, para ela os custos da procriação são menores. Mas, mesmo assim, acredito eu, são altos o bastante para torná-la proibitiva caso fosse submetida a um processo de decisão racional baseado em custos, riscos, benefícios e oportunidades. Mas o “animal racional” é ainda um animal, e, como tal, uma máquina autopoiética. A pessoa pode ser o humano mais inteligente do mundo, a ainda assim pode se omitir de avaliar essa questão em particular, pois pode se perder em tantas outras questões que a  vida oferece. Não adianta apenas a inteligência para se chegar em certas verdades, é preciso também focar na busca por essas verdades, o que não necessariamente ocorre no curso de uma vida inteligente (que pode estar distraída por muitos projetos e questões). 


Eu sou um antinatalista privado/pessoal/egoísta. Não milito para convencer os outros a não procriarem. Cada um que desperdice sua vida como preferir. Sequer tenho compromisso com a ideia de “diminuir o sofrimento”. Acho que esse ideal é utópico e mesmo que ele exagera a questão do sofrimento. O sofrimento faz parte da vida e a vida se reproduz apesar dele. E vai continuar se reproduzindo até que se esgotem as condições físicas para essa reprodução – esgotamento que, por acaso, está para acontecer em algumas décadas no que diz respeito ao dito Homo sapiens. E, talvez, no que diz respeito a todas as espécies que habitam a Terra. A humanidade já está condenada à extinção, faça o que cada um fizer em sua vida privada. Aqueles que querem acabar com a humanidade via não procriação – uma óbvia fantasia utópica – terão o que querem (o fim da humanidade) por outra via. Uma via mais sofrida e irracional. Nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos... Mas mesmo isso não garante a utopia do fim do sofrimento, pois não há a garantia do fim da vida neste planeta num curto prazo geológico; e mesmo que houvesse, o resto do universo, talvez até do multiverso e do omniverso, continuaria a existir e, nele, a possibilidade atordoante de uma quantidade indescritível de sofrimento.