sábado, 6 de maio de 2017

X

21/11/2016


Recuso-me peremptoriamente à sedução malsã de qualquer exegese deontológica. Não me (pre)ocupo com o que o mundo deveria ser, mas sim com o que ele é e com o que ele está se tornando – e busco maximizar a minha utilidade nesse contexto.

29/11/2016

Nós somos muito mais “animais fantasistas” do que “animais racionais”.

01/12/2016

Temperamento é destino.

*

Quando abandonamos as ideias de teleologia e de progresso histórico, abandonamos também as de “certo” e “errado”, “pessoas melhores” e “pessoas piores”, “pessoas boas” e “pessoas más”, etc. Abandonar essas ideias é como sair da reta dos números reais e ir para o plano dos números complexos, no qual não existe mais uma hierarquia de grandeza – existem apenas diferentes e caóticas formas de se distrair enquanto a morte não chega.
Em cada subcultura, em cada “jogo” definido pela divisão social da consciência, há pessoas que se sobressaem, mas essas pessoas não são “seres humanos melhores do que os outros”. Elas o seriam se o fato de se sobressaírem as fizesse ficar mais próximas de atingir o sentido da vida. Como não há sentido, também não há pessoas que estão mais próximas dele do que outras, e portanto não há “seres humanos melhores”.


*

Honestamente, não faz diferença se Deus existe ou não, ou quais são suas características: o mundo é uma merda, e isso se depreende tanto pelo cotidiano, quanto pela história humana quanto pela biologia e pela psicologia. Não faz diferença – para o fim de avaliar se o mundo é ou não uma merda – saber a origem do mundo, se é fruto de um arquiteto bom, ou de um arquiteto mal, ou se é uma simulação, ou se é função fisiológica de um ser, ou se é fruto de acaso em um multiverso, etc. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário