21/11/2016
Recuso-me
peremptoriamente à sedução malsã de qualquer exegese deontológica. Não me
(pre)ocupo com o que o mundo deveria ser, mas sim com o que ele é e com o que
ele está se tornando – e busco maximizar a minha utilidade nesse contexto.
29/11/2016
Nós somos
muito mais “animais fantasistas” do que “animais racionais”.
01/12/2016
Temperamento
é destino.
*
Quando
abandonamos as ideias de teleologia e de progresso histórico, abandonamos
também as de “certo” e “errado”, “pessoas melhores” e “pessoas piores”,
“pessoas boas” e “pessoas más”, etc. Abandonar essas ideias é como sair da reta
dos números reais e ir para o plano dos números complexos, no qual não existe
mais uma hierarquia de grandeza – existem apenas diferentes e caóticas formas
de se distrair enquanto a morte não chega.
Em cada
subcultura, em cada “jogo” definido pela divisão social da consciência, há
pessoas que se sobressaem, mas essas pessoas não são “seres humanos melhores do
que os outros”. Elas o seriam se o fato de se sobressaírem as fizesse ficar
mais próximas de atingir o sentido da vida. Como não há sentido, também não há
pessoas que estão mais próximas dele do que outras, e portanto não há “seres
humanos melhores”.
*
Honestamente,
não faz diferença se Deus existe ou não, ou quais são suas características: o
mundo é uma merda, e isso se depreende tanto pelo cotidiano, quanto pela
história humana quanto pela biologia e pela psicologia. Não faz diferença –
para o fim de avaliar se o mundo é ou não uma merda – saber a origem do mundo,
se é fruto de um arquiteto bom, ou de um arquiteto mal, ou se é uma simulação,
ou se é função fisiológica de um ser, ou se é fruto de acaso em um multiverso,
etc.
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